Estação das Flores

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domingo, 10 de julho de 2011

Crônica: Tique - taqueando


Tayane Sanschrí

Você é tão estupidamente parecido com todos os outros que pretendo dar aos antigos amores uma nova roupagem. Só para diferenciar.
Por que pior do que nosso coração não tique-taquear pelo novo cara com o qual estamos saindo, é ele insistir em ficar tique-taqueando, de qualquer jeito, por um ex-amor, que tem todos os requisitos básicos que desejamos num homem: bonito, alto, inteligente, bem-vindo, coxas estonteantes, voz mansa e etecetera e tal.
Porém, que fique bem claro, todas essas qualidades mencionadas, há em você, tim-tim por tim-tim. Só faltava o meu coração dizer: 'é ele'.Coisa que ele não fazia.
Por um instante até pensei que fosse, tentei me sabotar...forçar mesmo, e repetidas vezes sussurrar baixinho, entre dentes: 'é ele sim, eu quero que seja'.
Mas, bastou uma única oportunidade de você reatar com um antigo amor, para que toda a podridão que existe nestes cafajestes de plantão, que nos envolve de uma forma tal, se revelasse em você. Realmente, você me lembra muito os trocentos cafajestes que passaram por minha vida. (Trocentos é exagero)
E, agora quando tenho a oportunidade de olhá-lo nos olhos, percebo como você enfeiou esse amor.
Afinal, a gente quem enfeia um amor.
Um alguém pode deixar de ser lindo, quando simplesmente despreza o sentimento mais sublime que possamos sentir por ele: o AMOR.
O encantamento, então, acaba.
E quando isso acontece, cada riso, palavra, gesto, olhar faz com que nos contorçamos na cadeira, enquanto o observamos falar de coisas banais.
Chego a sentir dores no corpo tantas vezes fiquei me contorcendo por conta das bobagens que você disse por aí, ou pra mim, como se tivesse medo de que eu quisesse insistir em tique-taquear o seu nome no meu coração.
Coitado.
Nem dei corda no meu peito hoje.

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